Por Josiene de Paula Silva
O mundo mudou e com ele mudou também a família. O fim do modelo de família tradicional, de certa forma fragilizou o homem. O pai hoje não é mais aquela figura de autoridade clara e definida, que transmitia seu saber e sua experiência. A autoridade não era apenas pelo fator econômico, mas também pela moral e pela educação. O pai deixou de ser uma figura antes temida e controladora. A conquista da igualdade das mulheres e todas as transformações culturais, econômicas e tecnológicas ocorridas nas ultimas décadas, colocaram os membros das famílias em situação de igualdade. Alcançaram seu reconhecimento e sua liberdade no mercado de trabalho. Funções que antes eram exclusivamente femininas agora são compartilhadas entre homem e mulher. Lavar, cozinhar, passar e o cuidado com os filhos já são atividades feitas por ambos.
A figura, principalmente do pai não esta necessariamente atrelada ao fator biológico. Do ponto de vista da formação emocional da criança a presença da figura paterna é necessária para a assimilação de regras morais que constituem a formação de identidade.O homem deixa o papel de proRespeitar e reconhecer as necessidades das crianças e exigir seu espaço na vida delas são alguns dos desafios da paternidade. Participar ativamente e com frequência da rotina das crianças é salutar. Trazer significados para os momentos de convívio faz com que a relação entre pai e filho seja enriquecedora para ambos. Não confundir atenção afetiva com atenção material é algo relevante. Muitos acreditam que satisfazer materialmente os filhos é sinal de afeição, atenção, carinho e amor.
Impor limites, e não autoritarismo é muito importante, pois estará desenvolvendo valores éticos e morais que a criança levará por toda a sua vida. Saber dizer um “não” é, muitas vezes, difícil, mas tenha certeza de que é necessário.
Criança precisa de afeto. Sabemos da dificuldade que muitos homens tem em transmitir afeto, fato que vem de sua formação cultural e de suas próprias experiências emocionais. Mas exercite o sentimento do afeto, rompa com pré-conceitos e mitos. Fazer carinho, pegar no colo, abraçar e beijar, brincar juntos é fundamental para o desenvolvimento da criança.E o mais importante: educação pelo exemplo.
Pai: espelho para o filho (autor desconhecido)
Pai… – Não me dês tudo o que te peço. Às vezes meus pedidos querem apenas ser um teste, para ver o quanto posso pedir. Não grites comigo. Eu te respeito menos, quando o fazes E me ensinas a gritar também, e eu não quero fazer isso.
Não me dês ordens a todo momento. Se em vez de mandar, algumas vezes externasse teus desejos sob forma de pedidos, eu o faria mais rapidamente e com maisgosto. Cumpre as promessas que fazes, boas ou más.Se me prometes um prêmio, deve concedê-lo; assim como um castigo.
Não me compares a ninguém, especialmente com meus irmãos. Se me colocas acima deles, alguém vai sofrer. Se mecolocas abaixo, eu é que sofro.
Não mudes de opinião a cada momento sobre o que devo fazer.Pensa antes, mantendo a decisão. Deixa que eu faça, acertando ou errando. Se fazes tudo por mim, serei um eterno dependente.
Nunca pregues uma mentira, nem me peças que eu o faça. Isso criará em mim um mal-estar e me fará perdera confiança em tudo o que afirmas. Quando te enganas em alguma coisa, admite-o francamente. Isso não te diminuirá a meus olhos, pelo contrário,te fará crescer e eu aprenderei a assumir minhas faltas.
Quando te dás conta de um problema meu não digas que é bobagem que o tempo corrige ou que não tens tempo. Eu preciso ser compreendido e ajudado.
Trata-me com a mesma amizade e a mesma cordialidade com que tratas teus amigos. Pelo fato de pertencermos à mesma família, não significa que não possamos ser amigos também.
Nunca me ordenes fazer uma coisa. Quando tu mesmo não a fazes. Eu aprendi a fazer sempree apenas aquilo que tu fazes e não aquilo que tu dizes.
Eu te amo muito, pai!
Josiene de Paula Silva é professora de História e pedagoga.