Por Neide Azevedo Dezen de Queiroz e Paula Dezen de Queiroz
É sabido que a saúde geral do ser humano depende da sua condição biológica e dos fatores de risco aos quais se expõe durante o curso da vida. A medicina atual preconiza em termos de prevenção de doenças o chamado “check-up”, cuja finalidade é detectar doenças antes que elas se manifestem. A descoberta de uma doença na sua fase inicial é um item cada vez mais valorizado na medicina moderna, visto que quanto mais precoce o diagnóstico maior a possibilidade de sua cura. Os exames preventivos desempenham um papel fundamental na avaliação de fatores de risco e servem para orientar, para adotar hábitos que atenuem os riscos ou ajudem a tornar a saúde ainda melhor. Hoje, esta conduta é sinônimo de viver a vida SABIAMENTE, não importando a idade ou situação.
Pensando que cada um de nós tem um estilo de vida, entendemos que temos também um estilo próprio de adoecer. De acordo com a Psicossomática, a maior parte das doenças é de origem emocional e se instala no corpo, ou na mente, que cria, por um motivo ou outro, sua própria necessidade de adoecer.
Envelhecimento não é doença e não pode ser detido, o envelhecimento biológico é natural-, o tempo é implacável, irreversível.
O estilo de vida de cada um pode desencadear o adoecer psíquico, e está ligado à forma como o indivíduo elabora ou não as perdas, as frustrações, a intolerância, o estresse, etc. Muitos são os fatores e, entre eles, os mais comuns são a necessidade que o ser humano tem de ganhar atenção, ganhar cuidados, necessidade de sentir-se amado. No caso da velhice, estes fatores se tornam primordiais, justo nesta fase da vida quando já existe uma história de vida construída, tanto para o idoso como seus familiares e sociedade.
Como será para estas pessoas que participaram desta história, suprir as necessidades emocionais deste indivíduo, neste tempo que o envelhecimento ainda é encarado como algo complicado, incômodo? Garcia et.al. (2006), escreve “Idosos necessitam de uma atenção especial, e uma intervenção primordial para manter certa competência é o apoio social e, principalmente familiar. Sentindo-se amparado, o velho mantém sua saúde psicológica e acaba contribuindo para um bom funcionamento orgânico”.
Toda a sociedade pode contribuir preventivamente, e talvez a melhor forma de fazê-lo será olhar o idoso como um ser humano, comum, apenas respeitando as perdas naturais das funções orgânicas naquele momento de sua vida. Idoso não é coitadinho. O idoso não deve ser tratado como uma pessoa limitada cognitivamente, requer a adaptação de estímulos ambientais para possuir funcionalidade.
A ajuda é bem vinda onde há perda das atividades funcionais, quando estas estão comprometidas ou onde as doenças atingiram. É muito importante ter alguém para acolher, socorrer, naqueles momentos que não dá mais para fazer as coisas totalmente sozinho… Ainda temos muito a aprender, temos que desenvolver nossa consciência para lidar com a saúde e não com a doença, com a vida e não com a idade, mas, é mudança, é cultural, e, leva tempo.
Neide Azevedo Dezen de Queiroz – Psicóloga CRP: 06/73593
Especialista em Psicologia do Envelhecimentopelo CEPSIC/Divisão de Psicologia do HC-FMUSP SP.
Paula Dezen de Queiroz – Fisioterapeuta CREFITO: 130554-F
Especialista em Fisioterapia na Geriatria pela Faculdade de Medicina de S. José do Rio Preto. Atendimento em domicílio para idosos